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Wabi-Sabi: a aceitação da transitoriedade

Wabi sabi é um conceito originado no zen budismo, aonde a beleza está nos detalhes, nas imperfeições, nas histórias das coisas, sejam materiais ou imateriais. A percepção do que é realmente essencial e importante para cada pessoa, que define sua história, sua personalidade, que demarca momentos, que transporta a mente, que traz sensações.

Wabi sabi está presente em vários aspectos da cultura japonesa, no bonsai, ikebana, na cerimônia do chá, nos jardins japoneses, nas suas casas e templos... Nas construções, as marcas do tempo contam suas histórias, nada é eterno, tudo tem seu início, meio e fim...essa é a natureza de tudo...essa é a beleza de tudo...tudo é duradouro dentro do seu tempo, e assim se torna memorável...

Apesar de ser um termo japonês, ele se aplica à tudo e à todos em qualquer lugar do mundo. Wabi Sabi não possui limitações de fronteiras, de raça, credo ou religião. Todos temos histórias a contar, lembranças para compartilhar, sonhos a concretizar...

No âmbito da arquitetura, cada pessoa tem suas necessidades, suas preferências; todos os espaços, sejam naturais ou criados, possuem a personalidade daqueles que se utilizam dos mesmos. E isso faz com que não haja uma regra para Wabi Sabi...e isso torna tudo mais desafiador, mais incrível.

Parques, praças, ou mesmo parklets com decorações e vegetação sazonais, que vão variando conforme a estação do ano, um móvel passado de geração em geração, uma casinha com varanda, um jardim com aromas que remetem à lembranças de infância, uma coleção de fotografias, um desenho específico.

Muitas referências apontam para um projeto mais simples, mais clean, mais minimalista, justamente porque o entendimento comum e a linha ideológica do zen budismo remetem à isso, mas não é obrigatório ser desse jeito para ser Wabi Sabi.

Mas então como fazer algo tão vasto e variável? Como aplicar esse conceito no processo de projeto? Um projeto deve simplesmente entender a essência de seu(s) usuário(s), compreender aonde ele se insere.

Rusticidade, contemporaneidade, simplicidade, contemplação, o material pelo material, a natureza presente em toda sua mutabilidade constante...sem barreiras, atemporal.

Não é algo que se compreenda da noite para o dia, e nem é uma moda passageira, na história da arquitetura, grandes mentes, projetos e conceitos, consciente ou inconscientemente, chegaram a aplicar Wabi Sabi. Este arquiteto que escreve agora tende a entender que essa é a arquitetura mais verdadeira, mais verossímil...mais viva.


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